1 de setembro de 2010

"(...) Eu ando achando tudo difícil. Passo no momento em que jogam a bola, e ela me acerta, sem dó, deixando mais uma marca. Eu sou o alvo (sem precisar ser), porque acontece sem querer, mas não por acaso. Alguém quer que seja assim, e está sendo. Eu choro, eu choro muito, choro sem chorar. Choro de tudo. Mas choro principalmente por não chorar tanto assim. Guardo tanto choro dos anos, meses, dias, minutos passados, que desabo numa bacia de lágrimas daquelas que mamãe lavava roupas. E isso faz pensar que talvez eu seja infeliz, mas é só pressão. Está tudo em evidência bem agora. O ano da minha vida de um lado, e o quase amor da minha vida do outro. A saudade me puxando pelos pés com seus cabelos bagunçados e gritos ferozes e eu digo que não posso abrir mão do que sempre quis. Espero. Espero porque amanhã vai ser bom (tem que ser). Busco paciência no fundo (no fundo da onde?), mas busco. Penso tanto antes de dizer qualquer coisa, e no fim permaneço calada. Mudei porque achei que seria melhor, e está sendo (não para mim, por guardar o que às vezes preciso dizer, mas para todos os outros por escaparem do meu jato de arrogância). Eu suporto deboches, críticas, frases maldosas que não chegam a mim bem à frente, mas que são ditas para me ferir. E me ferem, mas me curo. Eu me curo porque entendo que falta amor a todos os outros, e a mim não. Corro para os seus braços e me apego em promessas que eu desejo que se concretizem. Eu continuo a chorar, constante sensível. Mas sei sorrir também, e cada palavra dita para me atingir sabe o caminho de volta para casa (as palavras andam, voam, retornam, mais fortes para a boca de quem as diz). E se você me perguntar o que é que acontece? Respondo sem hesitar: A vida acontece!"