14 de fevereiro de 2011

Não perguntavam por mim, mas deram por minha falta.
Na trama da minha ausência, inventaram tela falsa.
Como eu andava tão longe, numa aventura tão larga, entregue à metamorfose do tempo fluido das águas; como descera sozinho os degraus da espuma clara, e o meu corpo era silêncio e era mistério minha alma - cantou-se a fábula incerta, segundo a linguagem da harpa: mas a música é uma selva de sal e areia na praia, um arabesco de cinza que ao vento do mar se apaga.
E o meu caminho começa nessa franja solitária, no limite sem vestígio, na translúcida muralha que opõem o sonho vivido e a vida apenas sonhada.